G20: Papel Fundamental do Planejamento Energético para Impulsionar o Investimento em uma Transição Justa no Sul Global
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Relatórios da IRENA destacam o papel fundamental do planejamento energético para desbloquear oportunidades de investimento em mercados emergentes e economias em desenvolvimento; recomendam a redução de riscos e a alavancagem de finanças públicas para ampliar o investimento
Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos / Foz do Iguaçu, Brasil, 2 de Outubro de 2024 – O investimento global atual não só sofre com disparidades significativas entre as economias avançadas e mercados emergentes e economias em desenvolvimento mas também com o grupo de mercados emergentes e economias em desenvolvimento (EMDEs), segundo novos relatórios da IRENA encomendados pela presidência brasileira do G20.
Para impulsionar uma transição justa e inclusiva no Sul Global, os desafios de investimento devem ser abordados por meio de instrumentos de mitigação de riscos e uma forte alavancagem de recursos públicos. O planejamento energético nacional eficaz é um dos principais facilitadores que ajudam a reduzir os riscos e as incertezas gerais, segundo a IRENA.
Em muitos países em desenvolvimento, as energias renováveis com boa relação custo-benefício oferecem maior justiça social na forma de empregos e crescimento econômico e ajudam a solucionar os déficits de acesso à eletricidade e às tecnologias limpas de cozimento. Uma transição energética justa e inclusiva nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento: planejamento energético, financiamento, combustíveis sustentáveis e dimensões sociais, destaca o papel significativo do G20 na ampliação dos investimentos para atender à crescente demanda de energia com energias renováveis e aproveitar plenamente seu dividendo social.
Bancos de desenvolvimento e planejamento energético: atraindo investimentos privados para a transição energética; O caso do Brasil, realizado em conjunto com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mostra como o planejamento energético pode desbloquear investimentos. E Destaques do Programa de Planejamento Energético: A colaboração global e o apoio à capacitação apresentam os programas da IRENA para alavancar os esforços globais do G20 na melhoria do planejamento energético nacional eficaz em todo o mundo.
Os investimentos globais relacionados à transição ultrapassaram 2 trilhões de dólares pela primeira vez em 2023. Mas os padrões atuais de investimento estão distorcidos, com a maior parte do financiamento indo para as economias avançadas e algumas grandes EMDEs, como China, Índia e Brasil. O resto do mundo recebeu apenas 10% dos investimentos globais em 2023.
Muitas vezes, as lacunas de investimento são o resultado de riscos como instabilidade política, problemas de integração da rede, barreiras regulatórias, arranjos não confiáveis de off-takers, volatilidade da moeda e escassez de trabalhadores qualificados. Essas lacunas podem aumentar o custo do capital, limitar os fluxos financeiros e, por fim, prejudicar o desenvolvimento socioeconômico.
Um planejamento energético nacional sólido permite que as instituições nacionais colaborem de forma eficaz com as instituições financeiras internacionais (IFIs), principalmente nas áreas de derisking setorial, financiamento combinado e títulos verdes. Conforme demonstrado pelo sucesso do Brasil, essa estrutura oferece opções promissoras para atrair capital privado.
“Uma estrutura robusta de planejamento energético é uma pré-condição para a mobilização bem-sucedida de financiamento.”
Em última análise, a maneira pela qual a transição energética é financiada no Sul Global deve evoluir. O aumento dos investimentos em regiões e países não será possível sem capital internacional e nacional de fontes públicas e privadas, a custos acessíveis.
Ele acrescentou: “A IRENA tem o prazer de apoiar a presidência brasileira do G20 no avanço da agenda global sobre o financiamento da transição climática e energética. A proposta da presidência de estabelecer a Coalizão Global para o Planejamento Energético é oportuna e louvável e continuaremos a alavancar nossa associação global para fortalecer o planejamento energético com a Reunião Ministerial de Energia Limpa e em todo o mundo. Os produtos de conhecimento de hoje visam alimentar a discussão em busca do financiamento de uma transição energética justa e equitativa no Sul Global.”
Em 2021-2022, o setor público forneceu 24% do investimento em energia renovável nas EMDEs, excluindo a China. Para cada dólar de fundos públicos gastos em projetos, 3 dólares adicionais vieram do setor privado. Ainda será necessário um apoio público mais forte nas EMDEs para alavancar o capital privado.
O planejamento energético nacional pode ajudar a apresentar uma visão clara das necessidades de investimento, minimizar as incertezas e evitar decisões ad hoc. Em troca, ele criará um ambiente para investimentos e, em última análise, mobilizará financiamentos e aumentará a confiança dos investidores.
Além disso, a mitigação de riscos poderia vir por meio de instrumentos inovadores de redução de riscos e esquemas de financiamento, acompanhados de reformas institucionais e colaboração. O G20 pode desempenhar um papel fundamental na ampliação da escala e do escopo dos investimentos, principalmente por meio de seus próprios financiamentos bilaterais diretos e de suas contribuições de capital para bancos multilaterais de desenvolvimento (MDBs), instituições financeiras de desenvolvimento (DFIs) e outras fontes de recursos concessionais e baseados em subsídios.
A colaboração internacional tem um papel fundamental a desempenhar, não apenas em termos de fornecimento de empréstimos e subsídios concessionais, mas também em termos de suporte técnico, transferência de tecnologia e conhecimento, consultoria política, capacitação e, principalmente, planejamento energético robusto.